Estudantes da rede estadual de ensino no Paraná não tiveram
aulas nesta terça-feira (30). O sindicato dos professores do Estado, a
APP-Sindicato, organiza uma paralisação de 24 horas na rede para lembrar os 28
anos da repressão a professores realizada pelo governo estadual nas
manifestações de 30 de agosto de 1988. A interrupção das aulas também tem como
objetivo discutir reivindicações da categoria.
Para a professora de história Marilene Aparecida
Nunes, o dia 30 de agosto ainda causa muita emoção. Com os olhos marejados ela
conta o que sente ao participar de uma manifestação da APP. “Eu estava na
Assembleia Legislativa no dia 30 de agosto de 88. Para os meus alunos eu, como
professora de história, falo e explico sempre sobre as guerras. Há 28 anos eu
vivi uma de perto e foi vergonhoso o que o governo fez conosco. Hoje, no
Paraná estamos revivendo o passado e depois de todos esses anos um novo
governador ditador conseguiu superar a atrocidade do Álvaro Dias, é por isso
que eu estou aqui. Para que nossa história fique bem viva”, comenta a
professora ao relembrar o mais recente episódio de violência vivido pela
categoria no dia 29 de abril de 2015.
No final da manhã, a direção estadual do Sindicato se reuniu
com o representantes do governo estadual, no Palácio Iguaçu, para tratar da
pauta de revindicações da categoria. Entre as cobranças da APP, estão o
pagamento das promoções e progressões atrasadas, a falta de professores(as) e
funcionários(as) nas escolas, a consequente superlotação das salas e a ameaça
de retirada de direitos assegurados por leis como o Piso Salarial dos(as)
professores(as) e o ajuste anual da data-base.
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