Celso Nascimento/Gazeta do Povo
O tom da fala do governador Beto Richa enaltecendo a nomeação da senadora Gleisi Hoffmann para a Casa Civil pode revelar mais do que a civilidade litúrgica. Segundo ele, a presença de Gleisi no coração do poder é um fator facilitador para boas relações com o governo federal. Perfeito. Mas, na cabeça do governador certamente estava presente outra realidade com a qual já está lidando.
Esta outra realidade é o fato de que ficou ainda mais inevitável a hipótese de que Gleisi será sua adversária na eleição de 2014, quando Beto se apresentará para a reeleição. Vitaminada pela experiência no Executivo federal e pelo apoio que lhe dispensarão Dilma e a máquina do governo, Gleisi se tornou uma ameaça ainda maior.
Principalmente, também, se ela ajudar a eleger Gustavo Fruet prefeito em 2012 e o tiver como aliado em 2014. Trata-se de uma estratégia de aproximação com o ex-deputado tucano que já estava em curso há pelo menos dois meses, quando ficou clara a impossibilidade de ele ser lançado pelo próprio partido, o PSDB, que, pela vontade de Beto, deveria apoiar a reeleição do prefeito Luciano Ducci.
Sem vez no PSDB, Gustavo não só busca outra legenda como costura uma aliança que inclui o PT, partido dos fortes ministros Gleisi Hoffmann e Paulo Bernardo. Conversas mais concretas se darão nos próximos dias em Brasília.
Os lances deste xadrez, portanto, estão em pleno curso. O que já obrigou Beto a mudar o tom que dispensava a Gustavo: em entrevista, passou a admitir lançá-lo candidato pelo PSDB, sem, contudo, negar apoio a Luciano Ducci.
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